Pelas redes sociais, o prefeito e o vice de Cristinápolis, Sandro De Jesus e Zé de Alaíde, lamentaram a morte de Joselito.
“É com imensa tristeza que lamentamos o falecimento de mais uma vítima cristinapolitana na trágica explosão ocorrida na metalúrgica em Cabreúva, interior de São Paulo, nosso amigo Joselito dos Santos de Jesus. Que a família de Joselito encontre forças para superar esta dor, e que nosso município se una em apoio e conforto mútuo. A nossa solidariedade”, publicaram.
O corpo de Joselito será velado e sepultado em sua cidade natal. Das cinco vítimas, três funcionários nasceram em Cristinápolis, um era de Cabreúva (SP) e um em Betim (MG).
Prefeito de Cristinápolis (SE) lamentou a morte de Joselito — Foto: Reprodução/Instagram
A Tex Tarugos informou que aproximadamente 40 funcionários trabalhavam na metalúrgica no momento da explosão e que todos eram maiores de idade.
Além disso, disse que o local tinha um programa de segurança de trabalho, que os empregados usavam Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e que está apoiando as famílias das vítimas e fazendo a rescisão contratual das pessoas que morreram na tragédia.
Quatro primeiras vítimas de explosão em metalúrgica de Cabreúva — Foto: Reprodução
Depoimentos
Segundo apurado pela TV TEM, entre os funcionários que foram ouvidos está um representante da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) e forneiros que não estavam de plantão no dia do incidente.
O delegado Ruíter Martins, que cuida do caso, disse que os funcionários afirmaram que sempre usaram sal de cozinha no processo de fundição e que o forno que explodiu era à lenha.
Ainda durante o depoimento, os funcionários disseram que o abastecimento à gás foi desativado há algum tempo e que havia um tanque de gás industrial a cerca de 50 metros da empresa, que está vazio. Ainda não se sabe se houve ou não um vazamento.
Para o delegado, os depoimentos ajudam na investigação, mas não esclarecem o motivo da explosão. A polícia ainda aguarda laudos da perícia, que não têm previsão de serem finalizados, já que a Polícia Científica vem aprofundando o grau da perícia com novas visitas à empresa.
Ruíter ainda informou que não há uma lista precisa do número de pessoas que estavam na metalúrgica no momento da explosão.
Para entrar na próxima etapa das investigações, o delegado também solicitou a quebra de sigilo médico dos hospitais. Segundo apurado pela TV TEM, o pedido foi feito à Justiça porque o delegado enfrenta dificuldades em conseguir as informações sobre as vítimas com os hospitais.
Ainda conforme apurado pela reportagem, o acesso a estes documentos é importante para conseguir cravar o número de vítimas que podem prestar depoimento à polícia e, com isso, ajudar nas investigações sobre o caso.
O próximo passo, além da quebra de sigilo médico, é ouvir as vítimas da explosão que já tiveram alta. Ainda não há um prazo para que isso aconteça.
Abertura de CEI
A Câmara de Cabreúva abriu uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) para apurar a explosão na metalúrgica.
A prefeitura informou que os servidores não foram intimados, mas a Câmara rebateu dizendo que a intimação foi protocolada na prefeitura na semana passada.
Técnico e engenheiro se desligaram um dia antes
O técnico e o engenheiro de segurança do trabalho da metalúrgica Tex Tarugos se desligaram da empresa no dia anterior ao acidente. A informação é do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e foi divulgada no dia 14 de setembro, após uma audiência com representantes da metalúrgica.
“Notamos que o técnico de segurança do trabalho e o engenheiro do trabalho ainda terão muito o que explicar. Também chamou atenção terem rompido o contrato com a empresa no dia 31 de agosto e a explosão ocorrer no outro dia. Infelizmente, as explicações dadas não batem”, explica Ubiratan Vieira, coordenador e chefe da Fiscalização na GRT-Sorocaba (SP).
Ubiratan disse também que no sábado (2), dia seguinte à explosão, os dois profissionais estiveram no local da tragédia. Eles possuíam empresas e tinham contrato com a Tex Tarugos. “Tentaram arrumar uma desculpa. Se saíram dia 31 de agosto, o que estavam fazendo lá dia 2 (sábado), à tarde?”, questiona.
Participaram da audiência os advogados da empresa e os responsáveis pela segurança no trabalho. O superintendente Marcus Mello também esteve na audiência, assim como os auditores Roque Camargo Júnior e o chefe da Fiscalização de Saúde e Segurança no Trabalho, Guilherme Guernica. Também participaram representantes do Cerest de Indaiatuba (SP) e de Sorocaba.
Explosão deixou dezenas de feridos em Cabreúva — Foto: Reprodução/Redes sociais
Irregularidades
A Prefeitura de Cabreúva confirmou a informação. Conforme o poder público, o Executivo foi informado 15 dias antes da explosão de que a metalúrgica não tinha licença ambiental da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) para funcionar.
A falta de alvará se deu pela empresa não ter o AVCB e nem a licença da Cetesb.
A metalúrgica também recebeu quatro advertências e duas multas da Cetesb. As irregularidades se somam aos problemas já apontados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Empresa de Cabreúva (SP) ficou destruída após explosão de forno — Foto: Reprodução
Sobre a falta de documentos necessários para o funcionamento da empresa, Ruíter afirma que a investigação vai apurar, também, quais órgãos deveriam ter atuado neste caso e interditado a empresa.
“A polícia vai pedir as notificações de alvará e irregularidades para entender porque a empresa estava trabalhando sem estes documentos.”
Um comitê do MTE foi montado para investigar sobre a falta de documentos e o funcionamento irregular da empresa.
VÍDEOS: assista às reportagens da TV TEM
Link original da notícia: https://g1.globo.com/sp/sorocaba-jundiai/noticia/2023/09/27/morre-quinta-vitima-de-explosao-em-metalurgica-de-cabreuva.ghtml