O que Curitiba pode fazer para contribuir com o esforço internacional contra as mudanças climáticas do planeta? Para iniciar esse debate, o Centro Universitário UniOpet reuniu nesta semana alguns dos principais atores do planejamento e da produção de riquezas da cidade. Representantes do hub iCities, que promove anualmente o Smart City Expo Curitiba, da Bosch Brasil, do Centro de Inovação do Sesi, da Agência Curitiba e da Secretaria de Meio Ambiente de Curitiba somaram ideias que vão ser desdobradas durante o Climathon, um hackathon de 12 horas para fomentar localmente o combate às práticas nocivas ao clima.
Em parceria com o Impact Hub Curitiba, o UniOpet é a instituição responsável por realizar o evento no Paraná. “Os profissionais que se destacam hoje no mercado são aqueles que se preocupam com sua cidade de forma sustentável, e em modificar o status quo por meio do seu conhecimento. E que buscam trazer uma inovação real para sua área de atuação. A integração com as empresas parceiras no Climathon vai possibilitar que os projetos selecionados nesse hackathon sejam levados adiante”, convida a professora Cristiane Mello, diretora institucional do UniOpet.
As mudanças climáticas impactam não somente o aumento do calor ou frio nas estações do ano, o nível de chuvas e ciclones, mas todas as medidas de médio e longo prazo das nações e cidades no planejamento socioeconômico e sustentável.
Confira as falas dos especialistas que participaram do evento:
“A pandemia agravou muitos problemas nas cidades, em especial no aspecto social. Por isso é tão importante que as cidades sejam resilientes, além de inteligentes. Isso perpassa as ações ambientais. O clima deve ser pensado também sob a ótica de que ‘onde há crise, há oportunidade.’ Curitiba e o Paraná têm muitas iniciativas de fomento, mas esse cenário sempre pode ser aprimorado, numa junção das hélices entre academia, iniciativa privada, poder público e sociedade civil organizada”, afirma Beto Marcelino, sócio fundador do hub iCities.
Beto Marcelino, sócio fundador do hub iCities. — Foto: Divulgação
“Curitiba é reconhecida como cidade ecológica e sustentável, mas sabemos que a cidade e as pessoas precisam estar constantemente se reinventando. Em especial quando falamos sobre a crise climática. Nosso Plano de Ação Climática (PlanClima) foi aprovado e vem sendo implementado desde 2020, tendo como base o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU. Vale destacar que esse plano não é apenas da prefeitura, mas sim de toda a sociedade. Precisamos trabalhar em rede, em comunidade, dentro do movimento ESG. Afinal, a inovação não acontece sem transformação social”, detalha Felipe Maia Ehmke, diretor de mudanças climáticas na Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Curitiba.
Felipe Maia Ehmke, diretor de mudanças climáticas na Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Curitiba. — Foto: Divulgação
“A economia circular é um dos eixos de trabalho do PlanClima de Curitiba, de forma transversal entre outros temas, com mudanças na cadeia econômica e social da cidade. Inclui o desenvolvimento do modelo de negócios, com reuso de materiais desde a origem dos produtos, não somente na destinação de resíduos. A temática é abrangente e desafiadora, pois exige muita tecnologia e vontade de se fazer. Buscamos trazer os conceitos da economia circular para a mobilidade das cidades, o ciclo dos alimentos, a geração de energia, entre outras áreas”, explica Alessandra de Albuquerque Reis, coordenadora de cidades inteligentes da Agência Curitiba.
Alessandra de Albuquerque Reis, coordenadora de cidades inteligentes da Agência Curitiba. — Foto: Divulgação
“Dentro do Sistema Fiep e do Sistema S, as grandes inovações abrangem mudanças do modelo de negócios. Multinacionais estão passando a vender assinaturas de veículos do que a venda de automóveis. Vemos mudanças no design de materiais, como garrafas PET de refrigerantes mais sustentáveis. Também o uso de blockchain para rastreabilidade dos resíduos na indústria. Os grandes desafios para a indústria hoje são identificar seu impacto, otimizar seus processos e saber o investimento necessário para realizar essas mudanças”, aponta Fernando Richard Perez, especialista de ESG e inovação do Sesi Paraná.
Fernando Richard Perez, especialista de ESG e inovação do Sesi Paraná. — Foto: Divulgação
“Toda nossa cadeia produtiva foi pensada numa ótica de economia linear, não circular. E isso abrange não só grandes indústrias, como empresas pequenas. É como mudar a direção de um transatlântico em movimento. O design pode ajudar muito nesse cenário, mas também as formas de financiamento do retorno dos materiais para a indústria. E também de como transformar produtos em serviços dentro de segmentos como a Bosch, de ferramentas automotoras”, conta Marco Knabben, gestor de comunidades e desenvolvimento de negócios da Bosch Brasil.
Marco Knabben, gestor de comunidades e desenvolvimento de negócios da Bosch Brasil. — Foto: Divulgação
Inscreva-se no Climathon 2023
O Climathon vai estimular os participantes a desenvolverem soluções de combate às mudanças climáticas em projetos que atendam às necessidades locais. Entre os parceiros confirmados estão O Boticário, Renault, Condor, Bosch e iCities, além do Vale do Pinhão. Para participar, inscreva-se gratuitamente pelo site.
Link original da notícia: https://g1.globo.com/pr/parana/especial-publicitario/uniopet/opet-inovacao-em-rede/noticia/2023/09/01/foi-dada-a-largada-para-o-climathon-2023-em-curitiba.ghtml