Segundo o delegado titular de Bonfim, Alberto Alencar, a violência foi denunciada em agosto deste ano por conselheiros tutelares da cidade.

A primeira violência foi cometida pelo irmão da vítima, um jovem de 20 anos. O pai, de 53 anos, flagrou o crime e brigou com o filho, mas não denunciou o jovem à polícia, de acordo com as investigações.

“Uma conselheira já vinha conversando com a vítima na escola, tendo em vista que o ambiente dava mais segurança à menina e ela terminou confessando a violência sexual que vinha sofrendo e, chorando bastante, contou ser órfão de mãe, vivia com o pai e que o primeiro a lhe estuprar foi o próprio irmão. Depois, o pai”, contou o delegado.

Machucada, a criança teve medo de denunciar o crime e não foi encaminhada para receber atendimento médico. Pouco tempo após o crime, o próprio pai a estuprou. A violência ocorreu por duas vezes, segundo a vítima.

“Depois de estuprar a filha, ele a ameaçou dizendo que se contasse a alguém, iria lhe arrebentar com o cabo de vassoura. Por isso [ela] tinha medo. O caso foi comunicado ao Conselho Tutelar por meio de denúncias anônimas”, explicou o delegado.

A prisão preventiva deles foi representada pelo delegado e deferida pela Justiça. Os mandados de prisão foram cumpridos em uma operação da Polícia Civil, com o apoio do Conselho Tutelar.

“Devido a proximidade com a fronteira da Guiana, a nossa preocupação é de que eles desconfiassem e conseguissem fugir. Entretanto, graças à integração com o Conselho Tutelar, que fez um excelente trabalho e a agilidade da Justiça, foi decretada a prisão deles, montamos uma operação e conseguimos fechar o cerco e os prender”, ressaltou Alberto Alencar.

Os dois homens tiveram as prisões formalizadas na Delegacia de Bonfim e foram apresentados em Audiência de Custódia.

A ação foi realizada por agentes da Civil lotados no Setor de Investigação e Operação (Siop) da Delegacia de Bonfim e o Conselho Tutelar do município. Ela faz parte da Operação Paz, lançada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) no dia 1° de setembro.

Integram a ações da operação a Polícia Civil de Roraima, a Polícia Militar, o Corpo de Bombeiros , a Polícia Penal, por meio da Secretaria de Justiça e Cidadania (Seju), e o Departamento Estadual de Trânsito.

Em Roraima, a operação é coordenada pela Secretaria de Segurança Pública (Sesp) e tem o objetivo de reduzir mortes violentas no estado e no cumprimento de mandados de prisão. O trabalho ocorre nos 15 municípios.