Os órgãos do sergipano Bruno Andrade, de 30 anos, vítima de morte cerebral, foram colocados à disposição da fila de transplante nacional. A decisão da família é um exemplo relevante diante da negativa de cerca de 70% das solicitações de doação feitas em Sergipe, de acordo com a Central de Transplantes. Em todo o país, a média de rejeição é de 42%.
Segundo o pai, Carlos Augusto dos Santos, que autorizou a doação, a dor da perda de um ente querido dá lugar a outros sentimentos. “Estava com meu coração muito apertado, mas após saber que os órgãos do meu filho vão salvar outras pessoas, estou mais tranquilo. Isso me traz felicidade”, disse.
Entre os órgãos que serão doados estão: coração, pulmões, pâncreas e córneas. O fígado já foi aceito pela Central reguladora e vai beneficiar um paciente no Rio de Janeiro. O procedimento para retirada dos órgãos que serão doados vai acontecer na noite desta terça no Hospital de Urgência de Sergipe, em Aracaju.
O coordenador da Central de Transplantes, Benito Fernandez, diz que é extremamente importante que as pessoas avisem aos seus familiares que têm o desejo de ser um doador para que o índice de rejeição dos pedidos diminua e atribui o alto índice de rejeição com relação a doação no estado à falta de informação. “A culpa não é da família. As pessoas não sabem como doam, como é a morte encefálica”.
Ainda segundo o coordenador, cursos de acolhimento da família e comunicação de má notícia estão sendo ofertados a profissionais de saúde com o objetivo de ampliar o número de doadores em Sergipe.
O estado possui uma fila de 323 pessoas aguardando por um transplante de córnea, que é a única cirurgia de transplante realizada em Sergipe. Atualmente o tempo estimado de espera é de dois anos. Os demais órgãos são captados e enviados para outros estados.
Link original da notícia: https://g1.globo.com/se/sergipe/noticia/2023/09/05/doacao-de-orgaos-de-sergipano-deve-beneficiar-pelo-menos-nove-pessoas-que-estao-na-fila-de-transplante-no-pais.ghtml
