O protesto aconteceu nesta segunda-feira (4), três dias depois que os alunos começaram a passar mal, na sexta-feira (1º). Alunos da Casa do Estudante disseram que, desde então, mais de mil pessoas se sentiram mal.
“A gente passou um formulário para toda a faculdade e a gente registrou 1.228 casos de infecção alimentar e mais 900 relatos sobre a comida do R.U., dizendo que passaram mal, o que fizeram e como foram parar na UPA”, disse Steffany Lourrany, jovem que mora na Casa do Estudante.
No domingo (3) e nesta segunda-feira, a Vigilância Sanitária do Recife foi ao R.U. para fazer uma inspeção nas instalações do restaurante. De acordo com a UFPE, o restaurante serve cerca de 3,3 mil refeições por dia.
Vitória, estudante de cinema, é natural do Pará. Ela tem aulas todos os dias e, antes de ir para a sala, faz as refeições no R.U. Na sexta-feira, ela comeu no restaurante e, no sábado (2), acordou passando mal.
“Eu senti muita dor no estômago e fiquei com muita febre. Depois, eu comecei a vomitar e tive muita diarreia, e muita dor nas costas, na lombar, o que é um sintoma de infecção. […] Fiz as três refeições no RU, na sexta-feira. Comi a comida vegetariana com algumas pessoas. Algumas só almoçaram na universidade e também tiveram esses sintomas”, declarou.
Para estudantes, o café da manhã no R.U. custa R$ 10,31; o almoço custa R$ 4,78 e o jantar, R$ 4,88. Os que moram na Casa do Estudante têm gratuidade.
Estudante em protesto no Restaurante Universitário da UFPE — Foto: Mhatteus Sampaio/TV Globo
Respostas
Questionada, a Universidade Federal de Pernambuco disse que acionou a vigilância sanitária do estado para realizar a análise das amostras da alimentação servida neste dia, e que solicitou o atendimento da vigilância epidemiológica para prestar apoio aos que ainda apresentavam sintomas de mal-estar após a refeição.
A UFPE também disse que a Vigilância Sanitária atua de forma regular no Restaurante Universitário e que a última visita ocorreu no dia 30 de agosto, dia em que não foi constatada “nenhuma irregularidade que ponha em risco à saúdo dos usuários”.
Por fim, também lembrou que o R.U. é administrado pela empresa General Goods, que prometeu adotar “as medidas administrativas cabíveis para evitar que este problema volte a se repetir”.
Já a General Goods disse que técnicos da Vigilância Sanitária e da UFPE visitaram a operação da General Goods no local e, após uma vistoria de três horas, “não se detectou nada que justificasse um surto de intoxicação alimentar. Foram coletadas amostras de água e de todos os alimentos servidos no último dia 1º. Constatou-se, ainda, que todos os processos estavam regulares”, disse.
A empresa disse que continua apurando, em conjunto com as autoridades sanitárias e a UFPE, o episódio reportado pelos estudantes. “Reforça que trabalha com rígidos padrões e monitora constantemente indicadores de qualidade para a segurança alimentar. A General Goods está no mercado há 30 anos e serve 100 mil refeições por dia para clientes públicos e privados”, declarou.
VÍDEOS: mais vistos de Pernambuco nos últimos 7 dias
Link original da notícia: https://g1.globo.com/pe/pernambuco/noticia/2023/09/04/estudantes-da-ufpe-protestam-apos-alunos-passarem-mal-apos-jantar-no-restaurante-universitario.ghtml