Segundo a denúncia, os assédios aconteceram na Basílica Sagrado Coração, no Colégio Salesiano do Recife, onde a adolescente estuda há quatro anos. Os nomes dos envolvidos não foram divulgados em respeito ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
O advogado da família da adolescente, Braz Neto, contou que a jovem disse que já vinha lidando há tempos com importunações por parte do rapaz, que era o coordenador dos coroinhas. Segundo a basílica, ele foi afastado das atividades. O g1 tenta contato com a defesa do garoto.
De acordo com o advogado da adolescente, ao menos outras três menores de idade disseram que também foram assediadas.
“O estopim foi quando ele pegou ela a força e a levou para o banheiro, puxando o cabelo e o braço, e a beijou sem permissão. E existe uma filmagem disso”, disse o Braz Neto.
Ainda de acordo com o advogado, a adolescente relatou o caso pela primeira vez ao padre da basílica, que teria pedido para que ela perdoasse o rapaz.
“Ela procurou o padre e ele pediu para ela perdoar, que ela não fizesse isso [a denúncia] porque é bolsista. Ficou coagindo para fazer com que ela não denunciasse. Disse que ela poderia perder a bolsa, que iria se expor muito”, afirmou o advogado.
A jovem, então, contou à mãe e a família a levou para o DPCA, no bairro da Madalena, na Zona Oeste do Recife. De acordo com a corporação, as diligências foram iniciadas e, segundo o advogado, a delegada responsável pelo caso pediu as filmagens das câmeras de segurança da basílica.
Segundo Braz Neto, a adolescente afirma que outras alunas também foram vítimas, todas menores de idade. “Ele importunava não só ela, existem mais vítimas nessa paróquia, onde participam crianças de 8 a 17 anos” disse.
O g1 teve acesso a uma conversa que seria entre duas das adolescentes que denunciam o coroinha. Nas mensagens, elas citam que foram beijadas à força e uma delas afirma que tem medo de denunciar.
Prints mostram conversa entre adolescentes sobre assédios denunciados em basílica — Foto: Reprodução/WhatsApp
O que diz a basílica
O g1 entrou em contato com a Basílica do Sagrado Coração para perguntar sobre as denúncias feitas pela jovem em relação ao coroinha e ao padre, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.
No entanto, em uma publicação feita nas redes sociais no domingo (27), a basílica disse que:
- “No momento em que tomamos conhecimento do caso, prontamente foram tomadas as providências administrativas, com o afastamento do adolescente das atividades, atendimento às famílias, aconselhamento pastoral e orientação para que as medidas legais fossem tomadas”.
- “Esclarecemos que jamais foi solicitado o acesso às imagens do circuito interno da igreja, mas, assim que forem requisitadas pelas autoridades, serão prontamente entregues”.
- “Confiamos nas autoridades para a devida apuração dos fatos e reafirmamos nossa disponibilidade para colaborar com as investigações e o acolhimento à vítima”.
O que diz a escola
O colégio Salesiano do Recife disse que o rapaz não é aluno da escola e que os fatos não aconteceram “nem no dia, nem no horário, nem no ambiente e nem nas atividades da nossa escola”.
A instituição também afirmou que os adolescentes fazem parte de um grupo juvenil da comunidade externa, que desenvolvem trabalhos pastorais aos sábados e domingo na Basílica.
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Link original da notícia: https://g1.globo.com/pe/pernambuco/noticia/2023/08/29/policia-investiga-denuncia-de-adolescente-que-diz-ter-sido-assediada-por-coroinha-em-igreja-no-recife.ghtml