Os valores, no entanto, são fantasiosos e sequer existem financeiramente. O g1 conversou com economistas, que explicaram que não é possível alcançar tais quantias.
O economista e professor Cesar Bergo, da Universidade de Brasília (UnB), explica que, ainda que fossem reunidas as riquezas de todos os países do mundo, não chegaria nem perto dos valores prometidos pelos golpistas.
“É tipo prometer um terreno na lua. Você pode comparar com o PIB, que é a riqueza dos países. Se você pegar China e Estados Unidos, que são as duas potências econômicas, o PIB vai chegar à faixa de 40 trilhões de dólares”, diz Bergo.
O economista explica ainda que, no mundo dos investimentos, há alguns golpes que oferecem até 400% de retorno. “Esses golpes, que são caso de polícia, são mais modestos do que este caso”, diz ele.
De acordo com o economista Marcelo Botelho, da Universidade de São Paulo (USP), “um octilhão de reais” seria equivalente a 1 seguido de 9 conjuntos de três zeros (ou 27 zeros no total).
“Hoje existe no mercado mundial 10 trilhões, 620 bilhões, 833 milhões de euros. Para se ter uma ideia, 350 bilhões de centilhões de euros, seria equivalente a 350 seguido por 87 conjuntos de três zeros, algo inimaginável”, explica Botelho.
O economista aponta que o valor prometido pelos golpistas em euro é 19 mil vezes mais do que existe da moeda do mundo.
Investigação
Segundo a Polícia Civil do Distrito federal, o grupo movimentou R$ 156 milhões em 5 anos, além de criar 40 empresas “fantasmas” e movimentar mais de 800 contas bancárias suspeitas. Os agentes cumpriram dois mandados de prisão preventiva e 16 de busca e apreensão no Distrito Federal e em quatro estados — Goiás, Mato Grosso, Paraná e São Paulo.
A Polícia Civil afirma que o grupo é composto por 200 integrantes, incluindo dezenas de pastores. A investigação aponta que os investigados prometiam retorno “imediato e rentabilidade estratosférica”.
Segundo o delegado responsável pelo caso, Marco Aurélio Sepúlveda, os golpistas recebiam dinheiro dos “investidores” diariamente (veja vídeo abaixo).
Em entrevista coletiva, o delegado explicou que as vítimas compravam “cotas” oferecidas pelos criminosos com a promessa de que o dinheiro investido geraria lucros muito grandes no futuro.
A operação desta manhã é coordenada pela Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Ordem Tributária, vinculada ao Departamento de Combate a Corrupção e ao Crime Organizado (DOT/DECOR).
Delegado explica como atuava grupo em esquema criminoso de “investimentos”
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Link original da notícia: https://g1.globo.com/df/distrito-federal/noticia/2023/09/20/um-octilhao-de-reais-350-bilhoes-de-centilhoes-de-euros-dinheiro-prometido-pela-nesara-gerasa-existe.ghtml