Podáali: Fundo indígena leva recursos ao ‘chão’ das aldeias da Amazônia brasileira; entenda

Podáali: Fundo indígena leva recursos ao ‘chão’ das aldeias da Amazônia brasileira; entenda

Podáali: Fundo indígena leva recursos ao ‘chão’ das aldeias da Amazônia brasileira; entenda

Feito por indígenas, para indígenas e com gestão indígena: estes são os maiores diferenciais do Podáali, o Fundo Indígena da Amazônia Brasileira. Criado em janeiro de 2020, o mecanismo faz a captação e a distribuição de recursos aos povos da região. Em 2023, foram distribuídos R$ 1,6 milhão para 32 projetos de indígenas.

“Nunca o interesse indígena está no primeiro plano de fato como uma preocupação. Com o Podáali, estamos trazendo esse debate”, diz a diretora-executiva do fundo, Valéria Paye.

Indígena do povo Tiriyó e Kaxuyana da Terra Indígena Parque do Tumucumaque, no Pará e Amapá, Valéria explica que os recursos do fundo vêm da filantropia, de doações de pessoas do Brasil, dos Estados Unidos e da Europa. A ideia é abrir caminhos para que o dinheiro chegue “ao chão das aldeias”, desburocratizando os processos de financiamento de iniciativas indígenas dos nove estados da Amazônia Brasileira.

Podáali, na língua do povo Baniwa do tronco linguístico Aruak, significa “doar sem querer receber nada em troca”.

A palavra é usada como sinônimo de celebração, reciprocidade e sustentabilidade. Com um organograma apresentado em formato de árvore, o fundo tem a gestão dividida em cinco estruturas:

  1. Assembleia geral
  2. Conselho deliberativo
  3. Conselho fiscal
  4. Diretoria executiva
  5. Conselho orientador

Organograma do funcionamento da gestão do fundo Podáali. — Foto: Reprodução

Para alcançar as iniciativas indígenas, o fundo atua em duas frentes: chamadas para apoiar execução de projetos e premiação de iniciativas.

Apoio de iniciativas indígenas

Em 2023, 305 projetos participaram da primeira chamada de apoio do fundo. Destes, 32 foram selecionados e estão na fase de execução. Os projetos receberam entre R$ 20 mil e R$ 50 mil cada.

As iniciativas selecionadas têm conexão com três principais linhas de atuação:

  • Gestão e proteção territorial e ambiental indígena
  • Economia sustentável e soberania alimentar
  • Fortalecimento institucional e promoção de direitos

Segundo Valéria Paye, diretora-executiva do fundo Podáali, houve uma divisão por estado e também por alguns critérios como região com maior extensão territorial e com maior diversidade de povos indígenas. Confira abaixo quantos projetos por estado foram selecionados:

  • Acre: 3
  • Amapá: 3
  • Amazonas: 6
  • Maranhão: 3
  • Mato Grosso: 4
  • Pará: 4
  • Rondônia: 3
  • Roraima: 3
  • Tocantins: 3
  • Confira aqui todos os projetos selecionados

Dos 32 projetos, quatro têm como objetivo apoiar a presença de mulheres indígenas na 3ª Marcha das Mulheres Indígenas, mobilização iniciada nesta segunda (11) e que vai até quarta-feira (13), em Brasília. Dois são do Amazonas e dois do Amapá.

Premiação

Em 2023, 16 projetos vão ser premiados em dezembro. De acordo com Valéria Paye, todas as iniciativas são do povo Xavante, em Mato Grosso. Cada projeto vai ser premiado com R$ 20 mil.

Amazônia brasileira

São 180 povos distintos que habitam os nove estados da Amazônia brasileira – Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. Os dados são da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) e do Instituto Socioambiental (ISA).

Ao todo, há 114 grupos de indígenas em isolamento voluntário, há falantes de mais de 160 línguas e são mais de 400 mil indígenas. Com altos índices de preservação ambiental, os indígenas vivem em uma área equivalente a 23% da Amazônia brasileira, ou seja, cerca de 110 milhões de hectares.

Leia mais notícias sobre a região no g1 DF.

Link original da notícia: https://g1.globo.com/df/distrito-federal/noticia/2023/09/12/podaali-fundo-indigena-leva-recursos-ao-chao-das-aldeias-da-amazonia-brasileira-entenda.ghtml

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