Segundo militar, se tivesse recebido informações, invasão ao Palácio do Planalto poderia ter sido evitada. Declaração foi feita durante CPI dos Atos Antidemocráticos, na Câmara Legislativa do DF.
General Penteado, ex-número 2 do GSI, na CPI dos Atos Antidemocráticos — Foto: TV Câmara Distrital/Reprodução
“Todas as ações conduzidas pelo GSI no dia 8 de janeiro estão diretamente relacionadas a retenção pelo ministro G Dias dos alertas produzidos pela Abin, que não foram disponibilizados oportunamente para que fossem acionados todos os meios do plano escudo”, disse o militar.
A declaração foi dada durante a CPI dos Atos Democráticos, na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), nesta segunda-feira (4). Segundo ele, se tivesse recebido as informações, a invasão ao Palácio do Planalto poderia ter sido evitada.
O militar explica que o “plano escudo” funciona de forma preventiva, a partir das informações que o GSI recebe previamente a um evento ou manifestação.
Penteado ocupava o cargo no dia dos ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro deste ano. Ele era responsável pela segurança dos palácios presidenciais. O militar foi exonerado do cargo em janeiro deste ano, sendo substituído pelo também general Ricardo José Nigri.
Falha de comunicação
Ainda de acordo com o militar, houve “falha no fluxo de informações”, no dia 8 de janeiro, data dos ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília.
“Trabalhamos com sensores, aqueles que vão adquirir as informações, era feito pela Abin. [Os] decisores, à medida que vão recebendo, decidem e mandam para os atuadores. Tivemos uma quebra nesse fluxo de informação e isso levou a um planejamento do plano escudo abaixo do que se identificou”, declara Penteado.
Ainda de acordo com o militar, sua equipe sabia apenas que haveria uma “manifestação pacífica, de baixa intensidade e restrita ao Setor Militar Urbano (SMU)”, onde ficava o acampamento de bolsonaristas.
Durante o depoimento na CPI dos Atos Antidemocráticos, Penteado esclareceu que permaneceu no cargo de secretário-executivo à pedido de Gonçalves Dias. O militar era o número 2 do GSI desde julho de 2021, quando pasta era comandada pelo general Augusto Heleno.
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