No pedido, a defesa do governador do DF diz que, em depoimento à Polícia Federal (PF) no dia 13 de janeiro, Ibaneis “esclareceu todas as providências adotadas e a sucessão de fatos que levaram ou contribuíram para a tragédia do dia 8 de janeiro” (veja detalhes mais abaixo).
“Já naquela oportunidade, após deixar claro o motivo pelo qual confiava na execução do plano de segurança elaborado, o Peticionante narrou à autoridade policial que foi surpreendido pela falta de resistência exigida para a gravidade da situação por parte da PMDF e que, na sua visão, houve algum tipo de sabotagem que seria esclarecido pela investigação”, argumenta a defesa.
Ainda segundo os advogados de Ibaneis, o relatório do ex-interventor federal Ricardo Cappelli, feito após os atos de vandalismo, dizia que o modelo do protocolo de segurança preparado para o dia 8 de janeiro — e aprovado pelo governador — havia sido exitoso nos 1 mil atos públicos anteriores.
Por esse motivo, a defesa diz que “havia motivo plausível” para que Ibaneis “confiasse plenamente” na eficácia do modelo de atuação da Secretaria de Segurança.
‘Mensagens tranquilizadoras’
No documento, os advogados do governador também afirmam que, nos dias anteriores ao 8 de janeiro, “mensagens completamente tranquilizadoras” da equipe de inteligência foram enviadas a Ibaneis.
“Para além de confiar plenamente na execução do plano de ações integradas, o Peticionante, no mesmo dia 8 de janeiro, foi informado de que as equipes de inteligência não haviam notado agressividade; que a manifestação era totalmente ‘pacífica, organizada e controlada’ e que o clima estava ‘tranquilo e ameno'”, diz a defesa.
Por fim, o documento cita que os elementos colhidos ao longo da investigação “[…] refutam a premissa inaugural do inquérito no sentido de que poderia o Peticionante ter sido conivente com a prática de atos antidemocráticos, motivo pelo qualquer requer o arquivamento do presente inquérito policial.”
Entenda o caso
Um dia depois dos atos de vandalismo em Brasília em 8 de janeiro, o ministro Alexandre de Moraes decidiu afastar o governador do Distrito Federal Ibaneis Rocha do cargo por 90 dias. No entanto, o afastamento foi revogado pelo próprio magistrado no dia 15 de março.
Inicialmente, Moraes havia entendido que Ibaneis deveria ser investigado por suposta omissão na segurança do DF no dia 8 daquele mês, quando bolsonaristas radicais invadiram e depredaram as sedes dos três poderes da República.
Link original da notícia: https://g1.globo.com/df/distrito-federal/noticia/2023/08/31/defesa-de-ibaneis-pede-ao-stf-que-seja-arquivada-investigacao-contra-governador-do-df-por-suposta-omissao-nos-atos-terroristas-em-brasilia.ghtml