Armando Valentin Settin Lopes de Andrade — suspeito de planejar explodir subestações de energia elétrica do Distrito Federal — disse que a namorada queria usar o banheiro, no dia 8 de janeiro deste ano, quando bolsonaristas atacaram as sedes dos Três Poderes
“Eu entrei o Congresso e vi fumaça, uma fila de pessoas para entrar no banheiro. Minha namorada urinas em uma moita”, diz Armando.
Durante depoimento aos parlamentares, ele negou que tenha depredado os prédios e disse ainda que foi “fácil” passar por barreira policial na Esplanada dos Ministérios.
Depoimento à polícia
Em depoimento à polícia, após a prisão, Armando contou sobre organizadores e os atentados que seriam planejados em Brasília. No entanto, aos parlamentares, ele negou as informações. O autônomo disse que “estava sem óculos” e “queria ir embora”.
“Assinei, mas eu estava sem meu óculos e, quando eu assinei, eu queria ir embora. Para mim foi um susto, pânico. Fui abordado por três viaturas descaracterizadas. Eu desconheço [o depoimento]. O que está escrito ali, eu desconsidero”, diz Armando.
Com a contradição, o deputado Chico Vigilante (PT), presidente da CPI, afirma que vai encaminhar o depoimento desta quinta-feira à Polícia Civil para que as declarações sejam avaliadas.
Armando diz também que frequentava diariamente o acampamento em frente ao Quartel-General, em Brasília. O depoente informa que o Exército “mantinha a ordem” no local. De acordo com Armando, os policiais agiam para não “haver briga ou discussões” entre os acampados.
Armando Valentim planejava explodir subestações de energia, diz polícia
Segundo Armando Valentim, em depoimento à polícia, o objetivo dos bolsonaristas era colocar explosivos em áreas consideradas estratégicas na cidade e “causar o caos”, para que houvesse intervenção militar.
Segundo o delegado da Polícia Civil Leonardo de Castro Cardoso, na quinta-feira anterior aos atos do dia 8 de janeiro, a polícia recebeu uma denúncia anônima de que haveria um planejamento para colocar explosivos ou incendiar veículos em subestações de energia do DF.
“[O objetivo era] provocar uma interrupção na área central de Brasília e, assim, provocar o caos. Foi citado o nome e o veículo do Armando Valentim. Já nas apurações preliminares, ficamos convictos que podia acontecer algo, porque ele realmente usava aquele veículo e a descrição dele batia”, disse Leonardo de Castro.
A partir das informações, o delegado contou que a polícia passou a fazer o acompanhamento de Armando e fazer rondas próximo às subestações de energias do DF. Armando Valentim foi preso no dia 8 de janeiro, após invadir prédios das sedes do Poderes Públicos.
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